O que mais atrapalha a gestão de um líder? O imediatismo.
Nos dias atuais, muitos profissionais desejam resultados imediatos — aumento, promoção, reconhecimento — mas esquecem que todo crescimento sustentável exige tempo e construção constante. É um erro comum, porém compreensível, dado o cenário econômico e social que vivemos.
Nós, do outro lado da gestão, sabemos que o principal “órgão” do funcionário hoje não é mais o coração nem o cérebro... é o bolso.
Isso não é uma crítica, é uma constatação concreta. O custo de vida aumentou significativamente, e o profissional busca retorno rápido pelo seu esforço.
Esse fenômeno, no entanto, cria um grande desafio para a liderança moderna: como equilibrar propósito e resultado, paciência e urgência, reconhecimento e sustentabilidade do negócio?
Liderar hoje vai muito além de apenas comandar — é entender o ser humano em tempos de pressa e pressão financeira.
Esse desafio não se restringe à gastronomia ou hotelaria. Ele está presente em diversos segmentos, afetando todas as áreas da economia.
É um desafio para o funcionário que chega na empresa querendo aumento sem ter provado sua capacidade, sem constância, sem oferecer antes resultados palpáveis, sem entender que há um período mínimo, como os 90 dias do contrato de experiência, para mostrar seu valor.
É um desafio para o diretor que quer resultados rápidos, sem perceber que o crescimento da equipe e dos negócios exige tempo, treinamento e maturação.
É um desafio também para quem está à frente do negócio.
Muitas vezes, a pressão por resultados financeiros rápidos pode levar à tentação de priorizar apenas os números. Mas é preciso lembrar: nenhum negócio cresce de forma saudável se não houver investimento real nas pessoas que o constroem todos os dias.
Não se trata de discurso bonito, mas de visão de longo prazo. Quando o foco está só no retorno imediato, corre-se o risco de perder o que realmente sustenta uma empresa: gente comprometida, motivada e com espaço para evoluir. E isso não se compra com pressa — se cultiva com tempo, escuta e confiança.
O tempo não se perde quando bem aproveitado: ele constrói confiança, competência e resultados sólidos.
Segundo estudos recentes, a cultura do imediatismo prejudica a inovação e a sustentabilidade das empresas, pois as decisões de curto prazo frequentemente sacrificam ganhos a longo prazo e o desenvolvimento do capital humano.
Além disso, a pressão por retornos financeiros rápidos gera um desgaste emocional e físico tanto em líderes quanto em colaboradores, impactando a saúde organizacional e a produtividade.
Portanto, o grande desafio da liderança contemporânea é saber equilibrar essa pressão financeira imediata com a necessidade de uma gestão paciente, humana e sustentável, capaz de gerar resultados duradouros e equipes motivadas.
💬 Liderar hoje é resistir à pressa e cultivar a consistência.
Se queremos equipes fortes e negócios duradouros, precisamos reaprender a valorizar o tempo — não como inimigo, mas como aliado da construção.
💬 O imediatismo cobra caro. A paciência entrega valor.
Que saibamos liderar com propósito, mesmo quando tudo ao redor pede pressa.
Na cozinha, o desafio é diário. O cozinheiro ainda em período de experiência já pede aumento. Aceitou a vaga, mas agora não aceita mais as condições — quer subir sem antes entregar. E não vai ganhar. Não é assim que funciona.
Do outro lado, o garçom quer sair por causa de R$100 a mais, que em outro lugar esteja pagando essa diferença a mais no salário, mas se pensarmos bem... R$100 compram um botijão de gás. E um gás no fim do mês faz uma diferença gritante.
É aí que voltamos ao ponto de partida: o bolso. Foi com ele que começamos, e é com ele que encerramos.
💡 Mais vale R$100 hoje no bolso e o gás garantido, do que R$1.000 amanhã que talvez não cheguem.
E nesse cenário a difícil missão de gerir o imediatismo. O mercado valoriza quem entrega, quem se compromete, quem constrói. A ansiedade por reconhecimento imediato pode te fazer pular etapas importantes — e isso, no fim, pode atrasar mais do que acelerar.
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tope de mais
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